28.3.12

Dualidade

25.3.12

Ponte sobre

24.3.12

Buraco

23.3.12

História 2

Entrada ao minuto 5 do intervalo

A meio da manhã começa o intervalo. Na ansiedade, os miúdos saltam o lanche, outros comem à pressa e uns comem tudo porque tem que ser. No meio destes miúdos havia um que não abdicava do seu. Era sempre igual, sempre bom, sempre muito e sempre a mesma combinação perfeita, pão com queijo e marmelada. Enquanto enchia a pança, apreciava o início das brincadeiras, o momento em que decidiam o que jogar, se era às caçadinhas, às escondidinhas, à bola, o que fosse. E quando as equipas estavam feitas e prontas, era quando o miúdo acabava de comer os pães todos, quase sempre quatro, havia quem achasse um exagero mas a criança não pensava assim. Ao minuto cinco do intervalo, de estômago cheio e uma satisfação sem palavras, ele entrava em campo. Calhava bem porque só tinha que brincar, em vez de saltar o lanche, saltava a algazarra e a gritaria que acompanhava cada início de intervalo. Era sempre igual, bom, muito e perfeito.

19.3.12

Ano dois mil e muitos

inspirado neste projecto de Tito Mouraz

5.3.12

Observação 16

A serra fugiu e o céu, azul e de peito inchado, bramiu, com uma espada de azul profundo, o seu domínio naquela parte do mundo. Uma terra sem montes, com árvores e casas a tapar horizontes e, quem é dali, só tem uma paisagem, de um só sentido e com forte linguagem, o mar, perfeito para o sonho, suficiente para a vida.