4.12.10

Planeta desgovernado

Eis a história de um planeta distante, apenas uma espécie pensante e um problema alarmante...

Como esta espécie era pensante, tinha consciência dos seus actos logo sentia-se na obrigação de governar aquele planeta. Este era o seu principal instinto. A espécie dividia-se em dois tipos de indivíduos, os que pensavam de mais e os que pensavam de menos, indivíduos A e indivíduos B respectivamente. Os que pensavam demais nada mais faziam, tanto é que deixavam de comer aproveitando o tempo para ponderar mais um bocado. Isso reduzia os seus números, aos poucos e poucos, milhares de cada vez. Quanto aos indivíduos B esses esbanjavam inteligência para fabricar tudo e mais alguma coisa, não se importando com o mal que estaria para vir. Passaram-se milénios. Os indivíduos A eram escassos, os B eram muitos, havia aos pontapés, a vida em geral no planeta era agora menos de metade. Os indivíduos A deram conta do problema e começaram uma guerra com os B. Passaram-se milénios. Restavam apenas dois, um de cada tipo e, nesse momento,saltou à vista um outro instinto, o da sobrevivência. Não sendo possível reproduzirem-se, dada a sua natureza específica, chegaram à conclusão de que a sua espécie estava condenada à extinção. Aconteceu o inesperado. O A pensou um pouco menos e o B um pouco mais e deduziram, olhando à sua volta e recorrendo à inteligência dos seus cérebros, que era tarde demais para fazer o que quer que fosse. Passaram-se dias. Deixaram de pensar, descobriram outros instintos e tornaram-se animais como os outros.

22.11.10

Um costume

Era uma vez uma pessoa normal. O que é uma pessoa normal? Imagina uma pessoa! Está bem. Um dia essa pessoa acordou sem saber quem era. Com o tempo começaram a aparecer memórias de todos os tipos e feitios. Como era uma pessoa desconfiada por natureza, não hesitou em desconfiar da veracidade das suas memórias. Aonde é que queres chegar? Ao fim, se me deixares. Continua. Recusou-se a aceitar aquelas memórias, ficou triste por não saber quem era mas, de qualquer modo já tinham passado alguns anos desde o incidente de tal maneira que a pessoa normal deu lugar a uma pessoa ainda por classificar. Por classificar?? Ora conta-me lá! Diz-me quando é que olhaste para uma pessoa sem a classificar! Ah está bem. E eu sou que tipo de pessoa? Anormal...

21.11.10

Êxodo Rural

A criança sentou-se ao lado do avô à espera de uma das suas histórias. O peito, fraco e envelhecido, tomou o ar de fim de tarde anunciando o início de uma prometida história. A criança afinou o ouvido e o homem pensativo disse - um dia vais lavrar a terra seja ela qual for, um terreno generoso ou um emprego na cidade. Não te esqueças nunca do que verdadeiramente importa e faz por não esquecer o que te disse hoje.

2.11.10

Observação 3

Não pensar é tão bom(de vez em quando)!Quando acordo dessa alienação convenço-me sempre de que me emprestei, em grande parte, ao meu inconsciente e quem agradece é o outro. 

27.9.10

Descontínuo

8.9.10

Observação 2

Desenhei um sorriso sem olhos e ficou um sorriso sem personalidade. Desenhei à volta vários sorrisos sem personalidade, uns maiores que outros, bem misturados. No final, o monte de sorrisos sem olhos que tomava por certo ganharam outros olhos minimamente expressivos, a personalidade voltou sem ser convidada.

30.8.10

Paredes de Coura 2010

10.8.10

Somos

Neste tempo em que vivemos as luzes das ruas, para além das suas funções básicas, são utilizadas muitas das vezes para chamarem a atenção. Mas, há muito tempo atrás, eram o reflexo e exemplo do génio humano, para alguns povos chegavam guardar significados para além da lógica e do comum. O nosso desinteresse por elas faz de nós o homem do futuro acostumado a andar de mão dada com a indiferença.

8.7.10

15.6.10

Observação 1

      Sonhei que tinha um poder especial, conseguia levantar ligeiramente pequenos objectos sem precisar de lhes tocar. Precisava apenas de contrair os músculos da minha mão com muita força. Cheguei à conclusão que gastava mais energia a utilizar o meu aparente poder especial do que levantar objectos como sempre fiz.

4.6.10

A Porta azul

Balão

2.6.10

Mulher no elevador

23.5.10

15.4.10

Jantar com o vizinho

10.4.10

Passou Bem

31.3.10

Rolo nº2




Rolo nº1



27.2.10

Dois Pesos Argentinos

22.2.10

Azul Noite

20.2.10

Não Foi Eleito

19.2.10

Pedro


























                     Desenhado através de uma foto da Paula minha prima.

15.2.10